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Em alusão ao Dia do Motorista, comemorado em 25 de julho, especialista da Unimed-BH explica como os condutores devem cuidar da saúde ocular

Todo condutor reconhece a importância da manutenção adequada do veículo para a segurança no trânsito. No entanto, essa mesma atenção deve ser dispensada à saúde dos olhos. Chamar a atenção para o tema no mês em que se comemora o Dia do Motorista, em 25 de julho, torna-se ainda mais necessário pelo fato de o Brasil ter mais de 20 milhões de pessoas com alguma anotação de restrição visual na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conforme pesquisa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Outro ponto a ser levantado é redução da procura por oftalmologistas provocada pela pandemia do novo coronavírus, além do aumento da exposição a telas, um complicador para a visão. “Por um lado, em função das medidas restritivas impostas pela COVID-19, as pessoas evitaram sair de casa para realizar consultas e exames periódicos. Por outro, houve um aumento do tempo de exposição a telas, como computadores e smartphones, condição que pode provocar danos à saúde ocular”, avalia o oftalmologista cooperado da Unimed-BH e diretor da Sociedade Mineira de Oftalmologia, Luiz Carlos Molinari.

O médico ressalta a importância de os condutores realizarem consultas anuais, uma vez que a evolução dos problemas na visão pode ocorrer num intervalo de tempo relativamente curto, caso da miopia. De acordo com o levantamento do CBO, apurado com base em informações do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), entre 2014 e 2020 houve crescimento de 44% no número de CNH’s emitidas com indicações de condutores que apresentam algum tipo de restrição visual, exigindo o uso de óculos ou lentes de contato.

Riscos na Direção

Molinari explica que motoristas e motociclistas com a visão comprometida têm maior dificuldade para ler placas, observar a sinalização horizontal da via e detectar obstáculos e pedestres. A visão espacial também fica prejudicada para a realização de manobras. Restrições visuais implicam em um tempo maior para a identificação de um possível risco, o que diminui o intervalo de reação para se evitar um acidente. Além disso, dirigir no período noturno torna-se uma tarefa muito mais difícil quando os olhos não estão em plenas condições.

Reafirmar a necessidade dos exames oftalmológicos anuais e do uso de lentes corretivas é uma ação para a promoção da segurança em um país marcado pela violência no trânsito. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre 2016 e 2019, o

comprometimento da visão foi responsável por 1.659 acidentes em rodovias federais.

Cuidados

Há uma série de cuidados simples e benéficos que podem ajudar no cuidado com a saúde ocular, conforme explica Molinari. “Manter os olhos sempre higienizados, utilizar óculos de sol, bonés e chapéus para proteger os olhos do vento e das ações dos

raios ultravioletas A e B e evitar coçar os olhos com frequência são alguns exemplos de

medidas que contribuem para a nossa visão”, exemplifica o oftalmologista cooperado da Unimed-BH.

Luiz Carlos Molinari ressalta que a automedicação deve sempre ser evitada, caso do uso de colírios contendo corticoides, o que pode aumentar os riscos de incidência de catarata e até mesmo de glaucoma.

Minas Gerais tem segundo maior número de restrições visuais na CNH

Segundo o estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Minas Gerais tem 1,9 milhão de motoristas e motociclistas com alguma restrição de visão descrita na CNH, o que representa 26% dos motoristas habilitados no estado. Esse total coloca o Minas atrás apenas de São Paulo (6,7 milhões) no ranking nacional.

O especialista da Unimed-BH, destaca um fato importante. Com mais de 40 anos de experiência, Luiz Carlos Molinari revela que é muito comum as pessoas procurarem um

oftalmologista somente após serem reprovadas no teste de visão obrigatório para obtenção da CNH.

Em 2020, conforme dados do Detran-MG, foram realizados 1,3 milhão de exames de aptidão física e mental em Minas Gerais, somando-se a primeira habilitação (344 mil) e renovação da carteira (990 mil). Em comparação a 2019, houve redução de aproximadamente 140 mil exames para renovação da CNH. Um dos motivos para a queda é o fato de o Detran ter suspendido o atendimento ao público entre 19 de março e 25 de maio de 2020, devido à pandemia.

O TEMA EM NÚMEROS

20,7 milhões de condutores brasileiros, ou 28% do total, têm alguma restrição de visão descrita na CNH.

1,9 milhão de condutores em Minas Gerais apresentam alguma restrição de visão na CNH.

44% de aumento no número de CNH’s com alguma restrição visual entre 2014 e 2020.

1.659 acidentes em rodovias federais causados por comprometimento da visão entre 2016 e 2019.

1,3 milhão de exames de aptidão física e mental para obtenção ou renovação da CNH realizados pelo Detran-MG em 2020.

Fontes: Conselho Brasileiro de Oftalmologia; Polícia Rodoviária Federal; Detran-MG

QUAIS SÃO AS RESTRIÇÕES MAIS COMUNS?

20,2 milhões têm necessidade do uso de lentes corretivas (restrição de código A).

332 mil apresentam restrições associadas à visão monocular (código Z).

102 mil casos de impedimento de dirigir após o pôr-do-sol (código U).

24 mil anotações de uso obrigatório de capacete com viseira protetora sem limitação de campo visual (código V).

Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia

ESTADOS COM MAIOR OCORRÊNCIA DE RESTRIÇÕES VISUAIS NA CNH

1º São Paulo – 6.770.116

2º Minas Gerais – 1.953.249

3º Rio de Janeiro – 1.806.576

4º Rio Grande do Sul – 1.441.704

5º Santa Catarina – 1.008.071

Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia

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