Mastologista da Unimed-BH recomenda adotar hábitos saudáveis, realizar sempre o autoexame e manter o acompanhamento médico regular, mesmo durante a pandemia
Outubro chegou e junto com ele o alerta que colore prédios e monumentos ao redor do planeta, para lembrar da campanha Outubro Rosa, da importância das mulheres cuidarem de sua saúde e para incentivar o diagnóstico precoce na prevenção do câncer de mama, doença que mata cerca de 630 mil mulheres por ano no mundo. A boa notícia é que quanto mais cedo é diagnosticada a neoplasia maligna, nome científico do câncer, maior é a probabilidade de êxito no tratamento.
“O diagnóstico precoce do câncer de mama é fundamental para determinar as chances de sucesso do tratamento, diminuindo as taxas de mortalidade pela doença. As estratégias incluem exames periódicos em mulheres, visita rotineira ao profissional de saúde, mamografia e autoexame”, destaca a médica mastologista cooperada da Unimed-BH Kerstin Kapp Rangel.
Os números relacionados ao câncer de mama assustam. Somente neste ano, no Brasil, são estimados mais de 66 mil novos casos e mais de 17 mil óbitos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença, considerada o segundo tipo de câncer mais comum no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), também é a que apresenta a maior taxa de cura, que pode alcançar 95% quando diagnosticada ainda na fase inicial. De acordo com a especialista, “os números mostram que a identificação precoce faz toda a diferença, aumentando as probabilidades de cura e determinando um tratamento menos agressivo para os pacientes”.
CUIDADOS
A campanha Outubro Rosa dá visibilidade e estimula a conscientização sobre a importância dos cuidados com a saúde durante todo o ano e incentiva mulheres a realizar exames preventivos e a agendar consulta com um especialista pelo menos uma vez por ano, além de fomentar a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Para Kerstin, não há como determinar o impacto do atraso no diagnóstico de câncer, neste caso, em decorrência da pandemia. Por isso, é importante manter o acompanhamento médico preventivo em dia.
A atenção dever ser redobrada em pacientes que apresentaram alterações suspeitas em exames realizados antes da pandemia, a fim de priorizar o esclarecimento do diagnóstico. “Em qualquer caso de suspeita, por nódulos palpáveis ou outras alterações, a busca por atendimento médico especializado não deve ser adiada pela pandemia”, reitera a mastologista.
A médica cooperada da Unimed-BH também alerta sobre a importância da retomada dos exames de rotina e de rastreamento, seguindo todas as medidas de segurança. Inclusive para mulheres que venceram a batalha contra o câncer de mama e encerraram o tratamento, ou que estejam fazendo uso de terapia hormonal. “Da mesma maneira, mulheres em tratamento oncológico, com graus variados de imunodepressão e que, portanto, fazem parte da população mais vulnerável à infecção, devem estar sob maior vigilância e prevenção, dando sequência ao tratamento.”
AVANÇOS
Diagnósticos mais precisos e novos tratamentos aumentam, cada vez mais, a expectativa de vida de pacientes com câncer de mama. Para a mastologista Kerstin Kapp Rangel, os tratamentos da doença envolvem vários aspectos baseados em três fundamentos: a cirurgia, a radioterapia e a terapêutica sistêmica, que associa quimioterapia, hormonioterapia, terapias biológicas e imunoterapia. A doença tem tratamento mais eficaz, com maior potencial curativo, quando diagnosticada no início.
PREVENÇÃO
As causas para o aparecimento do câncer no seio ainda não são totalmente conhecidas. Sabe-se, no entanto, que a doença ocorre por causa de mutações genéticas, herdadas ou adquiridas. Essas são responsáveis por alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e reprodução sob controle, levando a uma multiplicação anormal, rápida e desordenada das células do tecido mamário, que passam a invadir tecidos vizinhos.
Desafio para a ciência, a prevenção primária do câncer de mama, visando à diminuição de sua incidência na população, ainda não é totalmente possível devido à grande variação dos fatores de risco e características genéticas envolvidas. No entanto, a adoção de cuidados básicos com a saúde, como dieta equilibrada e prática regular de exercícios, são recomendados para se evitar a obesidade, principalmente após a menopausa. O aumento de peso é um fator de risco para a doença, assim como o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e a exposição prolongada a hormônios femininos. De acordo com Kerstin, seguir essas medidas de proteção à saúde pode reduzir o risco de se desenvolver a doença em até 28%.
AUTOEXAME
Alguns tipos de câncer, entre eles o de mama, apresentam sinais e sintomas característicos em suas fases iniciais. Em função disso, a mastologista reforça que o autoexame é indispensável. “Sempre que se sentirem confortáveis, no banho, ao trocar de roupa, ou em outra situação cotidiana, mulheres podem observar com cuidado com o próprio corpo e tocar as mamas, mesmo sem uma técnica específica, observando a descoberta de pequenas alterações mamárias”, finaliza.
FIQUE ATENTA AOS SEGUINTES SINAIS E SINTOMAS*
- Alterações unilaterais de volume, contorno ou consistência da mama.
- Alterações no aspecto e na consistência da pele ou do mamilo.
- Secreção mamilar unilateral transparente ou com a presença de sangue.
- Nódulo mamário de crescimento progressivo em mulheres adultas de qualquer idade.
- Nódulos persistentes e indolores próximos às axilas.
- Nódulo mamário, principalmente unilateral, em homens com mais de 50 anos.
*Ao observar qualquer uma dessas alterações, a pessoa deve procurar um serviço de saúde, para que seja realizada uma avaliação adequada e o diagnóstico possa ser identificado com a maior antecedência possível.