Escute a entrevista com o infectologista e cooperado da Unimed-BH, Estevão Urbano, sobre o atual momento da pandemia da Covid-19, ômicron, vacinação e influenza.
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Novembro Azul alerta para a queda de exames de próstata na pandemia
O diagnóstico precoce do câncer de próstata amplia as chances de cura em 90%
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), foram diagnosticados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2020. A doença é uma das neoplasias com maior número de mortes: cerca de 16 mil óbitos em 2019. Os especialistas estão preocupados porque, nos dois anos de pandemia (2020 e 2021), houve queda no número de exames para detecção da doença. Por isso, este ano, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) traz para a campanha Novembro Azul o tema – “Saúde Também é Papo de Homem”.
Segundo o Ministério da Saúde, a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico) caiu cerca de 27% e de biópsia da próstata, 21%. Esses dois procedimentos mais o exame físico (toque retal) são fundamentais para o diagnóstico da neoplasia. “O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros (atrás apenas do câncer de pele não melanoma) e o diagnóstico em fase inicial não só amplia as chances de cura, que podem chegar a 90%, como também aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente”, explica o urologista cooperado da Unimed-BH Eyder Leite Ferreira.
A doença é silenciosa, apresentando sintomas apenas em sua fase mais tardia, como sangue na urina, dificuldade para urinar, obstrução do jato urinário e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. A combinação de medo, aliada ao preconceito do exame físico (toque retal) e ao período de pandemia levou muitos homens a adiarem o diagnóstico, procurando um médico após o aparecimento de sinais e sintomas, o que reduz a chance de sucesso no tratamento.
RASTREAMENTO
O especialista da Unimed-BH dá algumas dicas de quando é recomendável fazer os exames. “Como é uma doença muito comum, a recomendação é que, a partir dos 50 anos, todo homem procure o seu médico de referência, para que seja avaliado e discutido os potenciais benefícios do rastreamento do câncer de próstata. Já, no caso de homens que têm histórico familiar de primeiro grau com câncer de próstata antes dos 65 anos ou são afrodescendentes, a consulta para o rastreamento deve ser a partir dos 40 ou 45 anos”, afirma Ferreira.
As principais causas da doença estão relacionadas à idade, fator familiar, etnia, sedentarismo e alimentação não adequada, excesso de peso e obesidade. Para o urologista, o apoio da família é fundamental para incentivar o homem a vencer o preconceito e procurar acompanhamento médico, a fim de realizar o rastreamento da doença, bem como para adotar hábitos saudáveis. “Praticar atividades físicas regulares e manter uma alimentação balanceada garantem não apenas uma melhor qualidade de vida como um tratamento mais efetivo contra o câncer de próstata”, orienta o médico.
A Campanha Novembro Azul, de acordo com o especialista, é importante pois informa a população sobre a prevenção, derrubando possíveis preconceitos, além de ser uma grande oportunidade de estimular o homem a cuidar da saúde. Ele destaca que, mesmo diante do cenário da covid-19, deve-se procurar o médico e, para isso, é importante manter as medidas de segurança e proteção contra o novo Coronavírus. “Felizmente, após um período com menos procura, devido à pandemia, a boa notícia é que as pessoas estão voltando aos consultórios para realizar exames rotineiros. A saúde é um assunto sério e deve ser priorizada”, conclui Ferreira.
Aedes Aegypti: especialista da Unimed-BH alerta para os casos de arboviroses
O aumento das chuvas e a temporada de verão são fatores essenciais para a proliferação do mosquito, mas a população pode contribuir eliminando os focos
Com o grande volume de chuva e o calor constante, outro inimigo da saúde preocupa os especialistas: o mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue, da Zika e da Chikungunya. Os órgãos públicos estão reforçando o monitoramento dessas doenças, mas é fundamental que a população faça a sua parte e redobre os cuidados, erradicando os pontos de retenção de águas paradas, como ralos, calhas, vasos de plantas e pneus. Também é importante que os bebedouros dos animais de estimação sejam verificados cotidianamente.
Conhecidas como arboviroses, a dengue, Chikungunya e Zika são doenças causadas por vírus e transmitida pela picada do Aedes aegypti infectado. Entre os sintomas estão manchas pelo corpo, febre, mal-estar, cefaleia, dor muscular e nas articulações. O infectologista cooperado da Unimed-BH Frederico Amâncio explica o papel fundamental da população na guerra contra o mosquito. “Importante evitar focos de água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver um ano no ambiente. Em caso de reservatório, como caixas d’água ou outros que não podem ser eliminados, mantê-los sempre cobertos”, dá a dica.
Apesar da gravidade da dengue, devido ao risco da forma hemorrágica, as outras doenças também provocam problemas crônicos severos. No caso da Zika, existe a preocupação com as grávidas, por causa do risco de acometimento do feto, e a Chikungunya pode resultar em dores articulares debilitantes, durando meses ou anos, trazendo comprometimento na qualidade de vida das pessoas.
Situação em Minas
Desde 2010, o estado vem sofrendo com ciclos epidêmicos de dengue espaçados pelo período médio de três anos. O último pico ocorreu em 2019, podendo desencadear em 2022 um outro momento de alta de casos para a virose. “Com as chuvas acima da média e com o calor do verão, cria-se uma condição muito favorável para a proliferação do mosquito transmissor que se reproduz em locais de água parada”, alerta o infectologista.
De acordo com o mais recente boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), divulgado no dia 24 de fevereiro, Minas Gerais registrou 6.298 casos prováveis de dengue em 2022. Desse total, 1.940 casos foram confirmados até o dia 22 de fevereiro. Até o momento, um óbito foi confirmado e outros dois estão em investigação. O levantamento também mostra que foram registrados 401 casos prováveis para a febre Chikungunya, sendo 37 deles confirmados e sem nenhum óbito. Em relação ao Zika Vírus, foram 12 casos prováveis, com 2 confirmados e também sem óbito.