Geriatra cooperada da Unimed-BH responde às perguntas mais relevantes e comuns que vem recebendo de idosos e seus familiares em relação à vacina contra a covid-19
Com a chegada da vacina contra a covid-19 no Brasil, em diversas localidades já começou o processo de vacinação de um dos públicos mais vulneráveis aos casos graves do novo coronavírus: a terceira idade. Em Belo Horizonte e em várias capitais brasileiras, além dos idosos internados em instituições de longa permanência, também já foi iniciada a vacinação de pessoas acima de 89 anos. No entanto, apesar da esperança que esse processo de imunização coletiva traz, muitas pessoas ainda têm dúvidas quanto aos efeitos e benefícios das vacinas atualmente disponíveis. Em se tratando dos mais idosos, essa preocupação pode vir a ser ainda maior, seja por causa de um receio pela associação com outras doenças crônicas, ou comorbidades, que muitos já possuem, ou devido à circulação de informações controversas – ou mesmo falsas – que interferem na confiança que as pessoas depositam nas vacinas.
“Há outras vacinas que também são muito importantes para a proteção do idoso, como a contra a pneumonia, gripe, herpes zoster, febre amarela. No entanto, a principal dúvida que ainda permanece nos pacientes idosos e seus familiares é quanto à necessidade de se vacinar contra o novo coronavírus”, declara a médica geriatra cooperada da Unimed-BH Bárbara Corrêa, que é membro da diretoria da regional mineira da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Nesses casos, a especialista aconselha não apenas a vacinação, mas também a busca de informações a partir de entidades médicas e científicas confiáveis. “Tanto a Associação Médica Brasileira quanto a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia defendem que todos os brasileiros, de qualquer idade, devem aderir à programação oficial de vacinação”, enfatiza a geriatra. Bárbara completa que, se a dúvida persistir, a melhor forma de ganhar confiança e segurança é fazer como na maioria das vezes fazemos quando nos deparamos com doenças ou quaisquer problemas de saúde: procure orientações com o seu médico.
A seguir, a médica esclarece as principais dúvidas dos idosos quanto à vacinação:
A vacina é segura para os idosos? – “Sim. Até o momento, as vacinas disponíveis no Brasil foram aprovadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e apresentam resultados seguros e reduzem a gravidade da doença.”
Eu já tive covid-19. Tenho que me vacinar? – “Sim. Até onde se conhece da doença, a imunidade não é duradoura e pode ocorrer casos de reinfecção.”
Uma pessoa alérgica pode ser vacinada? – “Pode e deve. Qualquer pessoa pode se vacinar contra a covid-19. Alergias são reações individuais e dependem de cada organismo. No entanto, não foram registradas reações desse tipo nos testes e nas aplicações das vacinas atualmente disponíveis no Brasil.”
Se tenho uma doença crônica, eu posso me vacinar? – “Pode sim. Principalmente os portadores de doenças crônicas que elevam o risco de complicações pela forma grave da Covid-19, tais como hipertensão arterial e diabetes. Ainda assim, em caso de dúvida, é importante buscar orientações com o seu médico de referência.”
Os idosos extremamente frágeis devem ser vacinados? – “Sim. Todos devem ser vacinados, de acordo com o posicionamento da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Em se tratando de uma doença infecciona aguda grave, é preciso imunizar o maior número possível de pessoas como forma de proteger a população mais vulnerável.”
Depois de vacinar, preciso continuar usando máscara? – “Sim. Até conseguirmos vacinar toda a população, as pessoas continuam expostas ao vírus. Portanto, usar a máscara e manter o distanciamento ainda são atitudes importantes, mesmo depois de vacinada, pois o vírus continuará circulando até termos a cobertura vacinal e isso levará um tempo.”