Para reforçar a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, campanha busca estimular promoção e prevenção da saúde entre os homens
Está aberta a campanha para estimular a prevenção e promoção da saúde dos homens, seguindo o exemplo das mulheres, que costumam ser mais proativas em procurar acompanhamento médico preventivo. A campanha Novembro Azul busca derrubar preconceitos e reforçar a importância de se fazer o exame para detecção precoce do câncer de próstata. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam até o momento mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata no ano de 2020.
“No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele) e o diagnóstico em fase inicial não só amplia as chances de cura, que podem chegar a 90%, como também aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente”, explica o urologista cooperado da Unimed-BH Eyder Leite Ferreira.
A iniciativa, de acordo com o especialista, é importante pois dissemina o conhecimento, derruba preconceitos e influencia a população a se informar melhor sobre o assunto. Ele destaca que mesmo diante do cenário da COVID-19 deve-se procurar o médico caso necessário e, para isso, é importante manter as medidas de segurança e proteção contra o novo Coronavírus. “Felizmente, após um período com menos procura, devido à pandemia, a boa notícia é que as pessoas estão voltando aos consultórios para realizar exames rotineiros”, comenta.
PREVENÇÃO
Eyder destaca que houve muitos avanços na detecção e tratamento do câncer de próstata, mas ainda não existem medidas efetivas para prevenção da doença. No entanto, para o especialista, a combinação de medo e preconceito levam muitos homens a adiarem o diagnóstico, procurando um médico após o aparecimento de sinais e sintomas como: sangue na urina, dificuldade para urinar, obstrução do jato urinário e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Essa espera, segundo o especialista, é perigosa, pois, como ela tem uma evolução silenciosa, a maioria dos homens não apresentam sintomas até que a doença esteja em estado avançado.
Atualmente, o rastreamento é feito com a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), realizada por meio de exame de sangue, em conjunto com o exame físico (toque retal). “Como é uma doença muito comum, a recomendação é que, a partir dos 50 anos, o homem procure o seu médico de referência, para que seja avaliado e discutido os potenciais benefícios e riscos do rastreamento do câncer de próstata. No entanto, homens que têm histórico familiar de primeiro grau com câncer de próstata antes dos 65 anos ou são afrodescendentes, a consulta para que seja avaliado o rastreamento deve ser individualizada a partir dos 40 ou 45 anos.
Para o especialista, o apoio da família é fundamental para incentivar o homem a vencer o preconceito e procurar acompanhamento médico, a fim de realizar o rastreamento da doença, bem como para adotar hábitos saudáveis. “Praticar atividades físicas regulares e manter uma alimentação balanceada, evitando o sedentarismo e a obesidade, garantem não apenas uma melhor qualidade de vida como um tratamento mais efetivo contra o câncer de próstata”, finaliza o urologista.