Casos de ISTs vêm aumentando no Brasil, principalmente entre o público jovem, mas especialista alerta para a importância do uso de preservativos e da vacina contra HPV
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um problema de saúde pública e o número de casos continuam aumentando no Brasil e no mundo. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, mostrou que 1 milhão de pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de ISTs ao longo daquele ano, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos ou mais. O Dezembro Vermelho é uma campanha nacional que chama a atenção para a importância da conscientização e prevenção das ISTs, entre elas, herpes genital, sífilis, gonorreia, HPV, HIV/AIDS, clamídia, triconomíase, além das hepatites virais B e C.
Uma das grandes preocupações do Ministério da Saúde e das empresas de saúde no geral é aumento de casos de HIV entre jovens, o aumento da sífilis e a contínua transmissão das hepatites. A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 trouxe ainda outro dado quanto a este cenário e revelou que entre os indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, em 2019, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas) usaram preservativo em todas as relações sexuais. 17,1% dos entrevistados afirmaram usar às vezes, e 59,0% em nenhuma vez.
“No Brasil, a gonorreia, além da sífilis e hepatite B estão entre os casos mais comuns de ISTs e são transmitidas principalmente pelo ato sexual. A sífilis, por exemplo, tanto no homem quanto na mulher pode aparecer como uma ferida que desaparece após algumas semanas. Se não for tratada precocemente, ela pode comprometer vários órgãos, como cérebro, coração e sistema nervoso. É importante neste caso ampliar as campanhas de prevenção entre esse público e orientá-los sobre o uso de preservativos”, alerta a ginecologista e cooperada da Unimed-BH, Cristiana Fonseca Beaumord.
Já no caso das mulheres, principalmente entre as jovens, a ginecologista alerta que uma das infecções mais comuns são pelo papilomavírus (HPV). “A orientação dada a todas as mulheres independentemente da idade é o uso do preservativo. Já no caso do HPV nós temos a vacina, por isso, sempre orientamos em todas as consultas ginecológicas a imunização contra o vírus, que é disponibilizada na rede pública de saúde para meninas entre 09 e 14 anos. No caso de meninos, a vacina também é disponibilizada para eles entre 11 e 14 anos. A vacina evita principalmente casos mais graves causados pela doença, que se não for tratado pode evoluir para doenças como câncer de colo de útero”, explica a especialista. “Infelizmente, hoje temos dados que mostram que a adesão ainda é baixa, por isso, as campanhas de prevenção são importantes para alertar a população”, declara.
HIV/AIDS
De acordo com dados coletados pelo programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, em 2020, 37,6 milhões de pessoas estavam vivendo com HIV no mundo, sendo que 690 mil morreram de doenças relacionadas a AIDS naquele mesmo ano. Segundo Ministério da Saúde, no Brasil em 2019 cerca de 920 mil pessoas viviam com HIV.
“Há de se reforçar sempre que quem tem HIV, não necessariamente tem AIDS. O vírus é uma infecção sexualmente transmissível (IST) e pode evoluir para a AIDS após um tempo da presença do HIV no organismo. A AIDS é uma imunodeficiência, uma perda de capacidade de defesa do organismo, deixando a pessoa mais suscetível a outras doenças infecciosas”, afirma Cristiana.
Campanha da Unimed-BH orienta população
Ter acesso à informação é importante para se combater as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A Unimed-BH sempre vem realizando campanhas de prevenção entre seus diversos públicos e colocou no ar uma nova campanha sobre o Dezembro Vermelho. A campanha destaca a importância do uso de preservativos e da vacina contra HPV. Confira mais informações na Plataforma Viver Bem https://viverbem.unimedbh.com.br/prevencao-e-controle/ist-o-que-e/